Thursday 8 January 2009

Uma noite


Silêncio, quarto vazio, luz apagada.Presença inexistente, calor apagado de corpos colados,amor premente, olhos esgazeados com trejeitos de dor e prazer.Terás partido?A luz tende a aparecer,o medo cresce e toma formas de saudade e desespero.Nada!Partiste, sem um beijo, sem um abraço, sem um sorriso,sem um compromisso a cumprir.Temo!Choro, um choro silencioso chamado solidão.Solidão palpável, solidão maleável,solidão cortante que me fere o corpo e alma,que me enfraquece músculos e mente,que me empalidece o rosto e me deixa com uma esperança premente.A esperança que me incentiva a viver, a respirar,a tentar olhar o novo dia, sem fracassos, sem embaraços,apenas tentado a rever os teus olhos, os teus lábios,o teu pescoço, o teu sexo!Parto!Desapareço sem te rever, vou em busca da felicidade,felicidade parca procurada em solidão, em fraco silêncio,apenas rasgada por gritos de prazer em noites fugidias,sem nunca a encontrar mas no entanto farto de tentar.Morro!Sem descendentes, sem precedentes, sem amores passados,sem paixões fugidias conhecidas no dia-a-dia.Enquanto moribundo e fraco,jazo na cama fria e desconfortável,como o são todos os leitos de morte.Revejo a minha vida, sem fracassos, sem temores,sem pobreza, sem riqueza, com amor porém sem ardor.Revejo-te, miro-te como foste à tantos anos.Anos de felicidade, minutos de paixão, séculos de solidão,presos no tempo porém soltos em pensamento.Quero-te, tenho-te, esqueço-te,talvez por esta ordem, não o sei,mas evito este pensamento enquanto fecho os olhos,solto a alma do corpo, sinto o coração parar de bater,como à tantos anos passados,sinto a respiração prender, como quando te vi,sinto a mente afundar, como quando te possui,sinto o corpo gelar, como quando te perdi,sinto a esperança esvair, como quando morri.Voltas!Estou morto, choras,beijas-me a face e partes sem olhar mais para mim,lágrimas e um beijo,consolo fugidio de vida sofrida porém agradávelno momento passadio encontrado nos teus braços.Recordas-me, fotografia no móvel, do amado na cabeceira,vertes lágrimas sem ninguém olhar, sorrisos parecidos com esgar,amor morto é como pássaro sem asas,existe mas não pode almejar voar.Espero-te! UMA NOITE

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